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Lixo Eletrônico no Mundo: Riscos e Oportunidades

O acesso a produtos eletrônicos e a tecnologia digital aumentou drasticamente com o avanço da tecnologia e redução de custos, o que gerou muitos benefícios, mas também desafios. Isto levou a um crescimento no consumo de equipamentos eletroeletrônicos, porém a consequência não intencional deste fenômeno foi o aumento dos resíduos destes tipos de produtos: o Lixo Eletrônico.


É muito difícil mensurar a quantidade de produtos eletrônicos presentes no mercado anualmente, porém, levando apenas em consideração os aparelhos conectados à internet, a quantidade atual supera a quantidade de humanos. No ano de 2020, projetou-se um número entre 25 a 50 bilhões, refletindo a queda acentuada de preços e o aumento da demanda.


O lixo eletrônico já é o tipo de resíduos que mais cresce em todo o mundo, a ONU tem chamado isso de um tsunami de lixo eletrônico. Estima-se que o lixo eletrônico alcançou 50 milhões de toneladas em 2018 e este volume é esperado que dobre se nada for feito. Globalmente, a sociedade apenas gerencia de maneira correta o equivalente a 20% deste volume e o que acontece com o restante é desconhecido, geralmente é destinado em aterros.


Atualmente os recursos contidos no lixo eletrônico podem valer pelo menos US $62.5 bilhões anualmente, o que é mais do que o produto interno bruto (PIB) da maioria dos países. De fato, se o lixo eletrônico fosse uma nação, o seu PIB seria equivalente ao do Quênia, além disso, 123 países têm PIB inferior à pilha global de lixo eletrônico.


Mudanças na tecnologia, assim como computação em nuvem e internet das coisas (IoT) podem ter a capacidade de “desmaterializar” a indústria eletrônica. O aumento de modelos de negócio de prestação de serviços, assim como um melhor rastreamento da destinação dos produtos e Logística Reversa poderiam levar a uma cadeia de suprimentos circular. Materiais mais eficientes, infraestrutura de reciclagem e ganho de escala nos volumes e qualidade dos materiais reciclados que atendam as necessidades da cadeia dos eletrônicos será essencial. Se este setor for suportado com um modelo regulatório adequado, assim como uma gestão eficiente, poderia levar à criação de milhões de empregos decentes em todo o mundo.

Uma nova visão para a produção e consumo de produtos eletroeletrônicos é necessária. É fácil classificarmos o lixo eletrônico como um problema do pós-consumo, porém este tema engloba todo o ciclo de vida dos produtos que nós usamos. Designers, produtores, investidores, comerciantes, mineradores, produtores de matérias prima, consumidores, legisladores, entre outros, têm um papel crucial na redução destes resíduos, retornando valor para o sistema, estendendo a vida física e econômica de cada item, tanto quanto a sua habilidade de ser reparado, reutilizado e reciclado.


Este é um momento de inflexão na história e representa uma oportunidade sem paralelos para os negócios globais, legisladores e trabalhadores mundialmente. Aqueles que puderem reavaliar a cadeia de suprimentos para os equipamentos eletrônicos e priorizar a desmaterialização e fechar o sistema (Close the Loop – reduzir a necessidade de recursos primários), poderão alcançar uma incrível vantagem competitiva. Produtos e serviços inovadores não precisam significar mais lixo eletrônico; na verdade, podem significar muito menos.


O atual modelo predominante de “produzir, consumir e descartar” tem graves consequências para a sociedade, um grande impacto negativo para a saúde e contribui para o avanço das mudanças climáticas. Este é o momento para um update no sistema! Nós precisamos de um sistema que funcione de forma adequada – onde a economia circular substitua a linear.


No curto prazo, o lixo eletrônico se manterá como uma crescente fonte de recursos valiosos, atualmente inutilizados. Praticamente todos estes recursos poderiam ser reciclados. A Mineração Urbana, que extrai recursos de cadeias complexas de resíduos, já é mais economicamente viável do que extrair estes metais de minérios virgens do solo, além de ser muito mais eficiente energeticamente.


O lixo eletrônico pode ser tóxico, não degradável e se acumular no meio ambiente, como solo, água, ar e nos seres vivos. Pode também apresentar impactos adversos na saúde. Crianças e mulheres são particularmente suscetíveis aos riscos relacionados à exposição ao lixo eletrônico.


Chegou o momento de reconsiderarmos o lixo eletrônico, reavaliarmos a indústria eletroeletrônica e reiniciar o sistema para o benefício do setor, consumidor, trabalhador, saúde humana e o meio ambiente. As incríveis oportunidades aqui descritas também estão alinhadas com a “transição” global para um ambiente sustentável assim como para um futuro que funcione para todos em uma Economia Circular.


Fórum Econômico Mundial – Janeiro 2019
Este material faz parte do Relatório “A New Circular Vision for Electronics – Time for a Global Reboot” lançado durante o Fórum Econômico Mundial em Davos – Suiça em Janeiro de 2019.

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